Vereadores de Novo Hamburgo repudiam venda de empresas públicas gaúchas

30 de outubro de 2019

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Bancários ergueram placas de protesto durante a sessão da Câmara

Com a Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo lotada para a sessão plenária na noite de segunda-feira, dia 12, e sob a pressão de um grande número de funcionários do Banrisul presentes, os vereadores aprovaram por unanimidade a moção de repúblio à venda do patrimônio do povo gaúcho à iniciativa privada e à PEC 280/2019, que acaba com a obrigatoriedade de plebiscito para a venda do patrimônio do povo gaúcho. A moção foi apresentada pelo vereador Ênio Brizola.

“As empresas públicas muitas vezes operam em setores em que existe um monopólio natural da iniciativa privada, ou onde o governo detém interesse estratégico. Dilapidar o patrimônio público significa comprometer o cronograma de projetos sociais e os investimentos em melhorias sociais, no campo e na cidade”, destaca a moção. O texto assinado por Brizola lembra, inclusive, que o Banrisul surge em resposta a reivindicações de agricultores e pecuaristas locais por empréstimos de longo prazo para proteger suas produções. O petista ainda acrescente que o banco está presente em 347 municípios gaúchos, sendo que em quase 90 dessas cidades de forma exclusiva.

Antes da votação da moção ir ao plenário, o Coordenador da Secretaria de Organização e Política Sindical do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região, Everson Luis Gross, ocupou a tribuna para defender empresas públicas que podem ser alvo de futuras privatizações, como o Banrisul, a Corsan e a Procergs.

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                         O presidente do Sindicato dos Bancários, Everson Gross, utilizou a tribuna para pedir a aprovação da moção

“Quero cumprimentar os companheiros e companheiras do Banrisul, funcionários públicos municipais e estadual que em grande medida se fazem presentes aqui na noite de hoje, com peso da direção do sindicato dos bancários aqui de Novo Hamburgo que também está aqui presente, com a Casa do Povo cheia. A proposta de Emenda à constituição apresentada recentemente na Assembleia Legislativa, chamada de PEC 280/19, de autoria do deputado estadual Sérgio Turra, retira a obrigatoriedade da realização de plebiscito para a privatização do Banrisul, da Corsan e da Procergs. Lembro que já conseguiram com sucesso a retirada da exigência de plebiscito para a privatização do restante da CEEE, Sulgás e CRM. Hoje, basicamente, as empresas públicas que restam são atrativas ao mercado, que são o Banrisul e a Corsan. O Banrisul é um dos poucos bancos públicos estaduais, se não o único, que permanece vivo nesse cenário do sistema financeiro, que já foi amplamente privatizado na década de 1990 e que só visa ao lucro em detrimento das pessoas. O valor de mercado do banco dos gaúchos é de cerca de R$ 10 bilhões, mas vendendo este banco ficarão apenas R$ 5 bilhões ao Estado, já que o restante é dos acionistas. Então, a venda do Banrisul não resolverá, de forma alguma, o grave problema financeiro. Defendo que o que resolve o problema das finanças gaúchas é a revisão de políticas de desoneração de isenção fiscal de incentivo às grandes empresas. Cerca de R$ 9 bilhões, por ano, o Estado deixa de arrecadar com as isenções para GM, Gerdau e grandes empresas que poucos empregos geram aqui. E são essas empresas que defendem a privatização do patrimônio do Povo Gaúcho”, relatou o bancário, pedindo aos parlamentares pela aprovação da moção.

Estância Velha também aprova moção

Na terça-feira, dia 29, a Câmara de Vereadores seguiu Novo Hamburgo e diversas outras cidades do Rio Grande do Sul e também aprovou uma moção de repúdio ao governo do Estado contra a venda das empresas públicas gaúchas e a PEC 280/2019, que acaba com a consulta pública obrigatória para a venda do patrimônio do povo gaúcho.

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Sindicato também esteve presente em Estância Velha

 


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