Fraude trabalhista praticada pelo banco Santander está cada vez mais evidente
Os bancários e bancárias formam uma das categorias de trabalhadores que mais conquistou direitos ao longo dos anos, graças a greves históricas e muitos anos de luta. Não é a toa: se os bancos tem lucros bilionários a cada trimestre, isso se deve ao trabalho de cada um de nós e nada mais justo que o seus empregados, que produzem todo esse lucro, tenham seus direitos garantidos.
Porém, nos últimos anos, a categoria vêm sofrendo com a precarização do seu trabalho. Seja através do assédio moral e cobranças abusivas, o acúmulo de cargos e, agora, com a terceirização. A cada ano, os bancos contratam mais empregados para realizar o serviço bancário, mas sem pagar os direitos e salários do nosso Acordo Coletivo. Esses trabalhadores são chamados de atendentes de telemarketing ou especialistas em experiência de negócios. Ou seja: os mais variados nomes possíveis que garantam que este trabalhador não receba dignamente para realizar o serviço bancário.
Nesta quinta-feira (26), o grupo RBS publicou no jornal Zero Hora e em seus portais a seguinte notícia: “Banco abre 600 vagas”. E outra ainda: “Um dos maiores bancos do país abre 600 vagas de emprego no RS”.
No mês de agosto, os Sindicatos dos Bancários de NH, POA, Litoral e Paranhana fecharam a SX Negócios durante toda a manhã para denunciar aquilo que a mídia e a Justiça já apontaram: SX é banco. E quem trabalha em banco é bancário. Apesar de o Santander ser o mais proeminente nas terceirizações, outros bancos já estão aplicando essa “mudança estrutural”, como Itaú, Bradesco e Banco do Brasil.
“Telemarketing em bancos nada mais é do que eufemismo para burlar a legislação trabalhista. Como noticiado na mídia: banco abre 600 vagas de emprego. Mas como é possível que nenhuma delas seja de bancário?”, critica o presidente do SindiBancários NH, Everson Gross. “A recomendação é que cada trabalhador contratado nessa modalidade entre na Justiça, que está dando ganho de causa a todos que pedem a equiparação de direitos ao de um bancário”, alerta Everson.
Para se ter dimensão do prejuízo financeiro causado aos bancários contratados fraudulentamente como atendentes de telemarketing, confira a tabela abaixo. Vale lembrar: apenas em Novo Hamburgo são 6500 bancários contratados de forma fraudulenta.