O crescente número de denúncias dos banrisulenses da região colocaram o Sindicato dos Bancários em estado de alerta. Os relatos de assédio moral chegaram à entidade através de inúmeros bancários e bancárias. Após as apurações internas, e devido à quantidade de denúncias, a direção decidiu agir imediatamente.
Conforme os relatos dos trabalhadores, especialmente as mulheres, os casos de perseguição, abusos e assédio moral tem se tornado rotina na vida dos banrisulenses, especialmente na agência do Centro de Novo Hamburgo, uma das maiores agências bancárias da região, que conta com mais de 60 empregados.
Mais do que as tradicionais cobranças excessivas, constatou-se que em diversas situações as chefias ultrapassaram os limites aceitáveis na relação de trabalho, o que levou o Sindicato preparar o material com denúncias para encaminhar esta semana ao Ministério Público do Trabalho (MPT), ao Ministério do Trabalho e Emprego e ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) do Banrisul.
Para o coordenador de Saúde do SindiBancários NH, Bruno Louzada, a situação saiu do controle. “Estávamos acompanhando vários colegas do Banrisul em questões de saúde, e percebemos um aumento repentino dos casos de doenças psicológicas, o que nos colocou em estado de alerta. Com a chegada das denúncias, finalmente pudemos compreender o motivo de tantos trabalhadores virem nos procurar neste último período”, relata Bruno.
O dirigente do Sindicato, Joey de Farias, que vem acompanhando os casos diretamente, relatou o clima terrível que se formou na agência. “É nítido quando algo está errado em uma agência. Lidamos com essas situações há muitos anos, e sabemos quando há algo acontecendo. Não é normal o número de trabalhadores adoecidos aumentar repentinamente, ou trabalhadores saudáveis começarem a ter sintomas de doenças psicológicas. O que começou com um burburinho, falado pelos cantos, porque os bancários tem medo de serem descomissionados, ganhou uma proporção tão grande que diversos empregados do Banrisul procuraram o Sindicato para denunciar. Agora estamos tomando as medidas cabíveis e vamos avaliar com o nosso jurídico as respostas do MPT, MTE e do Sesmt para compreendermos se o Sindicato deve entrar também com a ação judicial”, apontou Joey.
