Nesta terça-feira, dia 18, os bancos devem apresentar a proposta geral aos bancários de todo o país, conforme ficou acordado na quinta rodada de negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2020, que aconteceu na sexta-feira, dia 14.
A categoria quer reposição da inflação mais aumento real de 5%; PLR de 3 salários mais parcela fixa de R$ 10.742,91; VA e VR no valor mensal de R$ 1.045 cada um; auxílio-creche/babá mensal de R$ 1.045 para cada filho até 12 anos; Plano de Cargos e Salários mais justo e transparente; dentre outras reivindicações sociais, de saúde e segurança, de igualdade de oportunidades, e de garantia de empregos. Todas já apresentadas pelo Comando dos Bancários à Fenaban, ao longo de cinco rodadas de negociação, sem respostas concretas dos bancos até agora.
Bancos seguem lucrando alto
Os bancos continuam sendo o setor mais lucrativo e rentável da economia brasileira. Apenas no primeiro semestre deste ano, os quatro maiores – Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil – já lucraram R$ R$ 28,5 bilhões (Caixa ainda não divulgou seu balanço), o que não é nada desprezível, especialmente neste momento de pandemia e crise financeira pelo qual passa o país e o mundo.
Em 2019, os lucros somados dos cinco maiores alcançou R$ 108 bilhões, com alta média de mais de 30% em relação a 2018. E a economia já se estava em crise. Não tem crise para os bancos. Por isso, queremos propostas decentes da parte deles.
PLR
A PLR é outra prioridade da categoria bancária. E os trabalhadores estão munidos de dados que comprovam que os bancos, mesmo com resultados menores, continuam altamente lucrativos e não têm desculpas para não atender a essa reivindicação da categoria.
Com a alta expressiva dos lucros dos bancos ao longo dos anos, o percentual médio de distribuição da PLR não chega a alcançar nem nem 7,2%, como previstos na CCT. Dados mostram que, entre 1997 e 2019, enquanto o lucro dos bancos teve crescimento real de 446%, a PLR de um caixa cresceu 160%, ou seja, o lucro do setor cresceu num patamar 2,8 vezes maior do que cresceu a PLR dos caixas, por exemplo.
VA e VR
Outra demanda é por VA e VR maiores. Segundo o IBGE, a inflação do grupo Alimentação foi de 8,3% (ago/2019 a jul/20), um dos que mais pesou no cálculo do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que ficou em 2,69%. E contrariando o que normalmente ocorre, o subgrupo Alimentação no Domicílio teve alta maior (9,7%) do que o de Alimentação Fora do Domicílio (4,5%).
Os preços da Cesta Básica, segundo o Dieese, também tiveram alta em praticamente todas as capitais em doze meses, ficando estável somente em Brasília.