A tendência que vinha se consolidando desde que o governo do Estado anunciou a intenção de vender ações do Banrisul e que o movimento sindical vem avisando se confirmou na terça-feira, 6/12. O Palácio Piratini anunciou que não irá mais colocar à venda as ações do Banrisul. Isso porque a avaliação dos papéis na Bolsa de Valores está bem abaixo do valor patrimonial. Na terça-feira, as ações estavam cotadas a R$ 14,22, às 16h43, segundo o site Infomoney, muito abaixo do valor patrimonial, que é de R$ 17.
A queda no valor das ações fechou o dia no pregão de -0,21%. Mas chegou a acumular perdas de 1,4% na abertura dos negócios. O valor de fechamento é 17,6% inferior ao valor patrimonial. A informação foi publicada pela jornalista Taline Oppitz, do jornal Correio do Povo. Segundo a jornalista, o governo do Estado teria recuado, mas não desistido. A informação do governo Sartori é de que vão esperar o valor das ações subirem para tentar nova oferta.
“Reafirmamos que é um péssimo negócio vender as ações do Banrisul, independente do preço. Na situação atual, porém, seria um crime do governo contra o Estado do Rio Grande do Sul”, afirma a diretora da Fetrafi-RS, Denise Falkemberg Correa.
Desde outubro, o mercado sinalizou para uma certa indiferença à oferta de ações. O governo pretendia arrecadar cerca de R$ 3 bilhões. Mas a expectativa de especialistas e de agências de avaliação de risco era de que o negócio ficasse entre R$ 1,5 bilhão e R$ 2 bilhões. Além de ser um mau negócio, o volume de venda de ações preferenciais e não preferenciais, deixaria o governo com apenas 25,5% do capital do Banrisul.
Um alto risco para a autonomia do banco. Qualquer grande comprador que aceitasse comprar os papéis poderia buscar mais adiante ações com pequenos investidores e ficar com a maior parte do banco. Além disso, a venda das ações abriria duas vagas no Conselho de Administração do Banrisul para representantes do “mercado”, o que poderia comprometer as decisões estratégicas.
A Fetrafi-RS alerta que os Banrisulenses fiquem atentos para os desdobramentos desse negócio. A nossa mobilização em defesa do Banrisul público deve ser mantida. Os mercados costumam ser muito voláteis e, a qualquer momento, poderá haver condições favoráveis. É preciso ter atenção para os chamados do Sindicato e continuar buscando assinaturas para a campanha do Projeto de Lei de Iniciativa Popular, o PLIP. São necessárias 70 mil assinaturas para que possamos apresentar na Assembleia Legislativa esse projeto. O PLIP pretende alterar a Constituição Estadual e incluir artigo que impeça o governo do Estado de ficar com menos de 51% das ações do Banrisul.
FONTE: SindBancários / Fetrafi-RS
FOTO: ilustrativa / Fetrafi-RS