Fenaban endurece sua postura e frusta o Comando Nacional dos Bancários, formado por trabalhadores e trabalhadoras de diversas regiões do Brasil. A primeira rodada de negociações aconteceu ontem, dia 28, em São Paulo.
“Viemos para a mesa com disposição total de negociação e a expectativa de sair com um pré-acordo assinado, garantindo os direitos dos trabalhadores, como vales refeição, alimentação, auxílio-creche/babá, mas isso foi frustrado pela postura dos bancos que não deram resposta nenhuma ao assunto”, critica a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, coordenadora do Comando.
A dirigente destacou que, em anos anteriores, o pré-acordo que garantia a ultratividade sempre foi respeitado. Ele foi apresentado à Fenaban no dia da entrega da pauta, em 13 de junho. “Este ano sequer garantiram que isso será feito na próxima negociação. Reforçamos que essa é uma prioridade dos bancários”.
A atual CCT e os direitos nela previstos têm validade somente até 31 de agosto, já que a data base da categoria é 1º de setembro. Por isso, a ultratividade é uma prioridade para a categoria, principalmente diante da vigência da legislação trabalhista do pós-golpe que autoriza a retirada de direitos. A lei 13.467, de novembro de 2017, foi gestada e aprovada pelos empresários, dentre eles os bancos.
Veja matéria escrita por Joey de Farias, do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região, sobre ultratividade aqui
De janeiro a maio de 2017, foram 13.665 acordos e 1.985 convenções. Esse ano, com a mudança na lei, no mesmo período foram 3.782 (menos 72%) acordos e 327 convenções no país (menos 84%), segundo dados do Boletim Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
O Comando apresentou uma proposta de calendário com datas para as próximas rodadas de negociação, mas os bancos marcaram somente para 12 de julho pela manhã, diante de dificuldades colocadas pela agenda dos negociadores.
“Essa primeira rodada de negociação só confirmou a importância da mobilização dos bancários na defesa da CCT e da mesa única de negociação”, avalia. “Queremos negociação com seriedade. Nossa CCT está em risco, assim como todos os direitos da categoria, inclusive nossa PLR e a mesa unificada nacional entre bancos públicos e privados”, alertou.
Os bancários devem estar preparados para a luta, que será ainda mais fundamental na Campanha 2018. TODOS POR TUDO!
Fonte: Contraf-CUT – Edição do texto: Alex Glaser