Após meses de tentativas de diálogo com as relações sindicais e regionais do Itaú, nada mudou. A situação dos trabalhadores e trabalhadoras do banco privado piora a cada ano. Assédio moral, metas abusivas, cobranças que extrapolam completamente a relação de chefia e empregado aumentam nas agências.
O Sindicato dos Bancários de Novo Hamburgo e Região manteve conversas constantementes com as chefias dos bancos, demonstrando os casos crescentes de assédio nas agências. Pela parte do banco, não foi demonstrado nenhum interesse em mudar a postura assediadora. Desta forma, os trabalhadores decidiram mostrar a sua indignação protestando na quarta-feira, dia 20, em frente à agência do Itaú de Novo Hamburgo. Agora, o Sindicato estuda com o seu departamento jurídico as ações que serão tomadas na Justiça.
Durante o protesto os trabalhadores distribuíram materiais informativos aos clientes, explicando o motivo do atendimento do banco ter piorado ao longo dos últimos anos. Demissões em massa, acúmulo de funções pelos poucos empregados restantes, a epidemia de adoecimento físico e psicológico incentivado pelo banco são alguns dos motivos que levam ao declínio da qualidade de atendimento aos clientes.
O dirigente do Sindicato, Joey de Farias, explicou que a postura assediadora não é um caso isolado. “Essa é uma política estratégica da empresa. Sugando cada gota das capacidades físicas e mentais dos seus empregados, os banqueiros aumentam os lucros para que alguns poucos acionistas bilionários fiquem ainda mais ricos, sem nada produzir”, pontou Joey.
O representante do Sindicato ainda cita que estes casos não são isolados. “O assédio moral não acontece apenas nesta ou naquela agência, é uma política institucional, não apenas do Itaú, mas de todos os bancos. O que acontece em nossa região, por parte dos administradores locais, é que eles não apenas reproduzem o assédio moral vertical ao qual são instruídos a praticar, como o acentuam. O salário paga nossa capacidade física e mental para produzir, ninguém recebe para ser humilhado ou achincalhado. Estamos atentos. Essas práticas devem ser denunciadas sempre ao Sindicato”, esclareceu.