Pedro Parente não resistiu as pressões populares e ao maçico descontentamento da população brasileira, pedindo demissão essa manhã da presidência da Petrobrás. De nada adiantaram suas manobras para abafar e criminalizar a greve dos caminhoneiros e posteriormente, dos petroleiros, manipulando o TST para impor uma multa criminosa de 2 milhões de reais por dia aos sindicatos dos petroleiros. Cai Pedro Parente, mas não sem antes provocar o caos n a sociedade. E o pior ainda está por vir: Governo Federal, para manter o “desconto” de 46 centavos do Diesel, anunciou que esse “subsídio” sairá das verbas de investimento no SUS e educação, além de retirar incentivos aos exportadores. Sem contar que esse “desconto” de 46 centavos não chegará ao consumidor, pois será aplicado às distribuidoras.
Cai Pedro Parente, mas ainda é cedo para comemorações. O que deve cair é a política empregada por ele na Petrobrás: Diminuiu o refino, deixando as unidades refinadoras em semi-ociosidade, optando por importar dos USA, pagando preço de mercado internacional:
O nosso custo de produção de petróleo é de R$ 76,26 o barril; o custo de refino: R$ 9.58. Ou seja, produzimos por cerca de R$ 86. E vendemos a R$255,60 pelo preço abaixo do mercado internacional. Margem de 200% de lucro. Com a política do Pedro Parente, compramos um barril dos USA a R$ 264,83. Repetindo: Deixamos de produzir aqui, por R$ 86,00 para importar por R$ 264,83. Isso sem contar os valores de frete e seguro. E vendemos esse mesmo barril por R$ 255,60, gerando um prejuízo de R$ 9,00 por galão.
Para “cobrir” esse rombo, vendeu partes e equipamentos da empresa, como por exemplo, duas sondas produzidas em Rio Grande, que custaram R$ 100 bilhões. Pedro Parente vendeu as duas para a China, ao preço de…R$ 10 bilhões! E, pasmém, cessou a fabricação aqui, fechando contrato para adquirir mais 13 sondas. Da China!
Pedro Parente também indicou para o conselho da empresa pessoas ligadas à Shell e a grupos multinacionais. Pedro Parente também firmou contrato de cooperação da Petrobrás com a Shell, de troca de tecnologia, principalmente na extração do pré-sal. Doamos os ovos, o galinheiro, galinhas, galo e ensinamos a raposa a ser mais eficiente ainda.
Pedro Parente cai, mas cai como? Cai como boi de piranha, para proteger os interesses internacionais que estão de olho nas nossas riquezas. Cai, mas para resguardar a política implementada por ele, mas orientada pelo governo de Michel Temer e de José Serra, um dos maiores incentivadores da privatização da Petrobrás.
A Petrobrás representa 10% do PIB brasileiro: é a nossa maior indústria e era uma das 5 maiores empresas petroleiras do mundo há poucos meses atrás. Não podemos abrir mão dessa riqueza, que tantos trabalhadores ajudaram a construir. Caiu Pedro Parente, porém o próximo passo é derrubar a política de sucateamento da empresa e eleger um governo com o compromisso de proteger a Petrobrás. E essa luta é de todos os brasileiros.
Alex Glaser