De acordo com o balanço de 2022 do Bradesco, “com os recentes eventos envolvendo um cliente Large Corporate específico (Americanas), ocorridos no início de 2023, a Administração reavaliou os riscos inerentes e, de forma prudencial, provisionou 100% da operação, afetando o lucro do 4T22” . Traduzindo a linguagem de banqueiro: a direção do Bradesco apostou alto nas Americanas, empresa que recentemente teve escancarada uma série de fraudes, corrupções e calotes.
Aqui vale a regra de ouro do capitalismo: quem paga a conta quando o tal mercado começa a colapsar? Os trabalhadores, é claro. As declarações da direção deixam claro que o PLR das bancárias e bancários podem ser afetadas. Os mesmos trabalhadores que passaram por abusos durante todo o ano de 2022, que foram assediados moralmente para cumprir as metas abusivas, que entregaram a sua saúde física e mental para que os grandes capitalistas, já sentados em montanhas de dinheiro, “calculassem mal” os investimentos.
Os trabalhadores e trabalhadoras bancáros NÃO VÃO ACEITAR nenhum tipo de perda! Os erros dos tubarões do capital não podem recair sobre as costas da base da pirâmide, que carrega o banco, que realmente trabalha e gera lucro, e não apenas especula com o dinheiro dos outros.
Neste sentido, a CONTRAF-CUT já encaminhou ofício ao Bradesco (leia na íntegra), solicitando o pagamento INTEGRAL da PLR aos bancários – teto previsto na Convenção Coletiva de Trabalho, considerando 2,2 salários para todos os empregados e R$ 6.343,89 na parcela adicional prevista – desconsiderando o provisionamento (PDD) feito em virtude do caso Lojas Americanas, que derrubou o resultado do banco no quarto trimestre de 2022.
“Para o tal mercado é sempre assim: o lucro é privado e o prejuízo é compartilhado. Os bilionários nunca perdem. Enquanto tiver alguém para ficar na fila pela doação do osso, eles estarão bilionários, sem produzir absolutamente nada de útil, apenas sugando quem realmente produz. Tudo o que fazem é especular. Mas eles serão lembrados em breve que o governo que só trabalhava pelos milionários acabou. Agora quem tem voz são os trabalhadores novamente”, declarou o dirigente do SindiBancários NH, Joey de Farias.
