Bancos fecham 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses de 2016

29 de agosto de 2016

Mesmo diante dos lucros exorbitantes, o setor bancário segue a onda de cortes desenfreada. Nos primeiros sete meses de 2016, foram fechados 7.897 postos de trabalho nos bancos brasileiros, sendo a maioria em São Paulo e no Rio de Janeiro. Isso representa um aumento de 34,7% no número de postos fechados no mesmo período de 2015, quando foram extintos 5.864 postos.

De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), somente quatro estados registraram saldo positivo no emprego bancário, com destaque para o Pará com 83 postos abertos. São Paulo foi o estado onde ocorreu o maior número de cortes (- 4.102 postos, quase 52% do total de postos fechados), seguido pelo Rio de Janeiro, que fechou 1.233 postos (15,6% do total) e o Paraná, com 530 postos de trabalho bancário extintos (6,7% do total).

Segundo o presidente da Contraf-CUT, Roberto von der Osten, essa edição da Pesquisa de Emprego Bancário apontou mais um dado preocupante. “Além da já previsível discriminação salarial praticada contra as mulheres, os bancos avançam agora para uma discriminação geracional: 25,6% das demissões foram de pessoas com mais de 50 anos de idade, justamente quando o governo interino pretende aumentar a idade para as aposentadorias. E as contratações, 38,6% na faixa entre 18 a 24 anos, apontam para um forçado perfil mais jovem do emprego bancário. A sociedade sabe que se o tempo para aposentar for dilatado, o mercado vai ter que gerar oportunidades de emprego para velhos, sob pena de uma crise de desemprego nesta faixa. É mais uma irresponsabilidade social dos bancos.”

A análise por Setor de Atividade Econômica revela que os Bancos Múltiplos com Carteira Comercial, categoria que engloba grandes instituições como Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 5.947 postos de trabalho. A Caixa Econômica Federal foi responsável pelo corte de 1.914 postos de trabalho.

Motivos dos Desligamentos

De um total de 20.531 desligamentos ocorridos nos bancos, 61% foram por demissão sem justa causa, perfazendo 12.452 demissões. Os desligamentos a pedido do trabalhador representaram 29% do total, perfazendo 6.043.

Desigualdade entre homens e mulheres

As 6.327 mulheres admitidas nos bancos no período de janeiro a julho de 2016 receberam, em média, R$ 3.048,07. Esse valor correspondeu a 71,7% da remuneração média auferida pelos 6.307 homens contratados no mesmo período, que foi de R$ 4.248,75.

No momento do desligamento também se observou diferença na remuneração entre homens e mulheres. As mulheres que tiveram o vínculo de emprego rompido nos bancos no período recebiam R$ 5.492,75, o que representou 72,0% da remuneração média dos homens desligados dos bancos, conforme a Tabela 2.

Faixa Etária

Os bancários admitidos concentraram-se na faixa etária até 24 anos, o que fez com que o saldo de emprego nessa faixa fosse positivo em 3.106 postos. Como demonstra a Tabela 3, os desligamentos se concentraram nas faixas etárias superiores a 30 anos de idade e, especialmente, na de 50 a 64 anos, que registrou um corte de 5.008 postos de trabalho (63,4% do total de postos fechados).

Tempo no Emprego

Entre os 20.531 bancários desligados, a maior parte tinha 10 ou mais anos no emprego (7.732 cortes que correspondem a 37,7% do total). Outros 4.263 tinham entre 5 e 10 anos no emprego (20,8%). Ou seja, o corte de postos nos bancos ocorreu principalmente entre os trabalhadores com maior tempo de casa. Esse dado complementa o anterior, que mostra que a maior parte dos desligamentos nos bancos ocorreu entre os trabalhadores mais velhos.

FONTE: Contraf-CUT

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