O programa AGIR, ligado à remuneração variável dos funcionários do Itaú, tem deixado bancárias e bancários descontentes. Além das pressões para o cumprimento de metas, os bancários vêm sofrendo com contabilizações erradas de pontos e mudanças unilaterais nas regras por parte do banco.
De início, o problema já surge quando gestores cobram que funcionários cumpram 1200 pontos do programa para que recebam alguma remuneração variável. O número ultrapassa a meta real do AGIR, que seria de 1000 pontos.
A situação chega ao ponto de o banco cobrar metas que não serão pontuadas no programa sem que os trabalhadores sejam previamente avisados. Há também denúncias de mudanças de regras que retiram pontos de bancários que estariam elegíveis a receber a remuneração caso não fossem feitas as alterações.
“Isso já ocorre há algum tempo dentro das agências, pois estou liberada desde 2015 e já naquela época essa era a prática do Banco. Principalmente na área de Pessoa Jurídica, os gerentes contabilizam suas vendas, calculam seus pontos e no decorrer do período do programa Agir, vêem que as regras mudaram sem nenhum aviso. Já na área operacional, a agência só pontua se fizer 150% da meta em alguns produtos, o que acaba induzindo o bancário muitas vezes a realizar “venda casada”, e aí ele tem um outro problema, porque se houver denúncia por parte do cliente dessa prática ou o Banco perceber o que ele fez, lhe aplica uma advertência ou até demissão por justa causa”, afirma Marilane Mônica de Souza, diretora do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região.
“Os trabalhadores estão muito descontentes com o AGIR e com a forma que o programa vem sendo conduzido pelo banco para intimidar e pressionar os funcionários. Diante desta situação, a PLR conquistada pela luta do Sindicato e dos trabalhadores em todo o país vem para minimizar os impactos negativos do programa”, conclui Marilane.