A greve é de todos os bancários, por direitos e melhores condições de atendimento ao cliente

28 de setembro de 2016

NOTA PÚBLICA

campaha_2016

Só a luta te garante. É o slogan da Campanha Nacional dos Bancários 2016. Nossa luta é por direitos: salário digno, ambiente de trabalho saudável, plano de carreira. É uma luta também pelo cliente: melhores condições de atendimento, agilidade, personalização, qualidade. E é uma luta de todos os bancários e bancárias; não apenas dos sindicatos.

A culpa da greve é dos banqueiros; não dos bancários!

Em plena crise econômica – patrocinada também pelas políticas voltadas para o próprio setor financeiro, cumpre esclarecer – os cinco maiores bancos do país (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões, somados os cinco. Isso mesmo: quase R$ 30 bilhões!

Sabe quanto a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu como reajuste? Pasmem. A primeira proposta foi de indecentes 6%. Só a inflação beira os 10% neste ano. Ou seja, o pãozinho e o leite subiram 10%; o salário dos bancários subiria apenas 6%: diminuição salarial, na verdade, de 4%. Dinheiro tem. Falta vontade. O ódio de classe é o que move os banqueiros, assim como todas as elites brasileiras.

E mesmo apresentando lucros expressivos, os cinco maiores bancos fecharam mais de 13,6 mil postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015. Juntos, fecharam 422 agências bancárias. Nesse contexto, você, cliente, também sofre com o atendimento precarizado.

Soma-se a isso o assédio moral, sexual e de gênero, metas abusivas, exploração, descumprimento de carga horária… Elementos suficientes para justificar a paralisação em todo o país, não? Então, tem mais. A legislação também respalda a nossa luta.

O direito de greve está estabelecido no Art. 9º da Constituição Republicana de 1988. A Lei 7.783 de 1989, que, por sua vez, regulamenta os direitos de greve e proíbe práticas atentatórias dos empregadores contra os empregados participantes do movimento paredista – vide principalmente os Art. 7º e 8º da referida Lei, que veda a despedida.

Em Novo Hamburgo e Região, a adesão à greve foi aprovada por unanimidade no dia 1º  de setembro, em assembleia geral amplamente divulgada na imprensa e por meio dos canais de comunicação da categoria. Todas e todos os trabalhadores, bancários e financiários, são representados pelo seu sindicato, conforme a legislação trabalhista, e, mesmo os que optaram por não se posicionar no momento oportuno, participam, pelo menos por omissão, dessa decisão – unânime, vale ressaltar.

Se há ilegalidade, portanto, é por parte dos trabalhadores que não se submetem ao movimento.

É importante revelar à população, contudo, que muitos desses trabalhadores se opõem não por convicções políticas ou ideológicas, mas, sim, em razão da pressão que sofrem nas agências: ameaças como estagnação na ascensão profissional, suspensão de férias, corte de horas-extras e outras práticas antissindicais. Em resumo, arbitrariedade e falta de respeito com a democracia típicas de quem tenta manipular a opinião pública a seu favor.

A greve deste ano é histórica: 23 dias de paralisação em todo o país e a maior adesão de todos os tempos, com aproximadamente 14 mil agências fechadas. Temos a mais absoluta convicção de que essa é a única forma de garantir condições dignas de trabalho, redundando, pois, em melhores condições de atendimento.

Só a luta te garante – bancário; cliente.

Novo Hamburgo, 28 de setembro de 2016.

Direção colegiada

Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região

 

 

Localização

Rua João Antônio da Silveira, 885, Centro, Novo Hamburgo

Revista ContraOrdem

EDIÇÃO 1
Junho 2021
Ver essa edição Ver edições antigas

Novidades pelo whatsapp

Inclua o número (51) 99245-5813 nos contatos do seu celular.

Parceiros:

Direitos reservados - Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região