Garantia foi dada por representantes do banco em reunião com dirigentes sindicais para discutir situação dos funcionários da instituição britânica no processo de incorporação
Integrantes da Diretoria de Recursos Humanos do Bradesco afirmaram que o processo de incorporação do HSBC não vai causar fechamento de agências. Também anunciaram que haverá um programa de reposição dos funcionários das áreas administrativas que serão encerradas. As garantias foram dadas na sexta-feira 18, em reunião com representantes dos bancários na sede da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), em São Paulo.
“O Bradesco não comprou o HSBC para acabar com o banco. Estamos comprando agências e pontos comerciais, mas, principalmente, comprando capital humano, que a gente sem dúvida vai integrar e que vai fazer parte da família Bradesco”, afirmou o vice-presidente do Conselho de Administração do Bradesco, André Rodrigues Cano.
Cano disse que por meio de mapeamento foi constatado que não haverá sobreposição de agências, e ressaltou que o HSBC é mais voltado para clientes de alta renda – ao contrário do Bradesco. Por essas razões não será necessário fechar unidades. Ele também lembrou de outras incorporações do banco, como o BCN e o BBVA (são cerca de 40), nas quais a grande maioria dos bancários foi realocada.
Juliano Marcílio, diretor de RH do HSBC, afirmou que sua instituição tampouco tem interesse em um processo amplo de demissão, pois isso impactaria no resultado do banco, e, consequentemente, no processo de aquisição. “Demissão custa caro. Qual o interesse do HSBC de ficar com esse prejuízo? Precisamos entregar clientes satisfeitos para o Bradesco. E eu quero entregar uma equipe satisfeita, trabalhando muito para demonstrar nosso valor.”
“O movimento sindical vai acompanhar de perto todo o processo para ter a certeza de que essas garantias sejarão de fato cumpridas”, afirma Liliane Fiuza, diretora do Sindicato e bancária do HSBC.
No início de agosto, o Bradesco anunciou a compra do HSBC por US$ 5,2 bilhões (cerca de R$ 20 bilhões). Mas para que o negócio se concretize, ainda falta o aval de órgãos reguladores como o Banco Central e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o que deve ocorrer ainda este ano.
Assédio moral – Também foram apresentadas aos diretores do HSBC denúncias de assédio moral recebidas pelo Sindicato. Muitos bancários têm se queixado de que as metas aumentaram bastante desde a confirmação de que o banco seria vendido. Funcionários também reclamam de que seus gestores cobram para que enviem seus currículos, outro motivo de apreensão.
Marcílio garantiu que nenhuma dessas orientações partiu da direção do banco, e apontou como causa a “ansiedade” dos próprios gestores em apresentar resultados melhores devido ao processo de venda.
“O banco tem de manter a ansiedade dos seus gestores domesticada, entender que todo este processo gera ansiedade, mas que isso não pode contaminar o ambiente de trabalho”, afirmou o presidente da Contraf, Roberto Von der Osten.
PLR – Também foi cobrada uma resposta do HSBC com relação ao cálculo para o pagamento da PLR aos bancários, entretanto nada de concreto foi apresentado. Os representantes do banco limitaram-se a dizer que só terão algo a apresentar finda a Campanha Nacional, e que estão abertos a discutir a questão com o movimento sindical em breve.
O HSBC Brasil teve lucro líquido de R$ 31,8 milhões no primeiro semestre deste ano, revertendo prejuízo que apresentou nos primeiros seis meses de 2014, de R$ 16,2 milhões. “Resultado do esforço de todos os funcionários, que agora esperam valorização por parte do banco”, completa a dirigente Liliane Fiuza.
FONTE: spbancarios.com.br
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