Agora, é greve! NH e Região fecham agências a partir do dia 06

1 de outubro de 2015

Decisão foi tomada em assembleia da categoria nesta quarta-feira, dia 30; já anunciaram adesão quase 20 agências hamburguenses.

Agora, é greve! A intransigência dos banqueiros leva trabalhadores de Novo Hamburgo e Região a paralisar as atividades por tempo indeterminado, aderindo ao movimento proposto pelo Comando Nacional dos Bancários. A partir da próxima terça-feira, dia 06, pelo menos 19 agências (17 de bancos privados e duas de públicos) estarão fechadas em Novo Hamburgo. É a reação da categoria à proposta de 5,5% de reajuste feita pela Fenaban no final de setembro. Bancários pedem 16%.

A decisão foi tomada por unanimidade em assembleia realizada quarta-feira, 30 de setembro, na sede do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região. “Não há outra resposta a ser dada para esta proposta ridícula. Nessas condições, não tem negociação. Não vamos admitir nenhuma perda”, explica o coordenador da Secretaria de Organização e Política Sindical, Everson Gross. A proposta dos banqueiros não alcança nem o índice projetado para a inflação no país em 2015, que beira os 10% – em agosto foi de 9,88% (INPC).

Segundo o coordenador da Secretaria de Finanças, Joey de Farias, o momento ainda é de mobilização pela adesão de mais agências à greve; especialmente nas cidades da Região. “Os bancos acharam que poderiam arrefecer o movimento com essa política agressiva nas negociações. Pelo contrário, nos deu mais força na mobilização”, argumenta o sindicalista. Além de Novo Hamburgo, a entidade representa trabalhadores de Ivoti, Sapiranga, Dois Irmãos, Campo Bom, Santa Maria do Herval, Estância Velha, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Presidente Lucena, São José do Hortêncio.

SOLIDARIEDADE DE CLASSE – A agenda de mobilizações que começa na semana que vem em Novo Hamburgo e Região terá o apoio do Sindicato dos Sapateiros, Sindicato dos Comerciários e Sindicato dos Vigilantes. “Vivemos um momento de crise econômica e as elites insistem em culpar os trabalhadores. A união neste momento nos fortalece”, defende Farias.

Mesmo na crise, bancos lucram 40% mais que em 2014

Parece piada. Enquanto a indústria teve retração de 6%, em meio à crise econômica e política que o Brasil atravessa, só o lucro dos quatro maiores bancos do país aumentou 40% no primeiro semestre de 2015 quando comparado com o mesmo período do ano passado. Somente Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil lucraram mais de R$ 15 bilhões.

Quando o dado se estende a todo o setor, esse número sobre para inacreditáveis R$ 36,3 bilhões. É o “Bolsa Banqueiro”, patrocinado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

“Essa proposta ridícula chega quando denunciamos os prejuízos da crise aos trabalhadores em detrimento do privilégio dos bancos. Outros setores que realmente perderam fizeram propostas melhores”, argumenta Marcos Bugs, coordenador da Secretaria de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Novo Hamburgo e Região. Em relação à 2014, o crescimento dos bancos foi de 27,3%.

Proposta dos bancos

Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).

Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.

Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.

Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).

PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.

PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.

Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.

Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.

Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.

Auxílio-refeição – R$ 27,43.

Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.

Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.

Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.

Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.

Requalificação profissional – R$ 1.294,49.

Auxílio-funeral – R$ 868,58.

Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56

Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

Reivindicações apresentadas pelo Comando Nacional dos Bancários
Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)

PLR: 3 salários mais R$7.246,82

Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último).

Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).

Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.

Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Localização

Rua João Antônio da Silveira, 885, Centro, Novo Hamburgo

Revista ContraOrdem

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