Atividade realizada nesta quarta-feira, dia 25, teve o apoio de sindicalistas de outras regiões que também sofrem com medidas de enxugamento.
Imagine, você, 12 trabalhadores do Bradesco sem emprego somente na base do Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região nos últimos meses. A esse número somam-se outras dezenas de demissões pelo Estado e centenas, pelo menos, Brasil afora. Motivos não faltam para protestar. Foi o que a entidade sindical fez na manhã desta quarta-feira, dia 25, na agência hamburguense da Júlio de Castilhos, no Centro (foto).
Os sindicalistas protestaram contra o enxugamento, com o apoio de bancários do Vale do Paranhana e Litoral, que também sofrem com demissões em suas bases. “A desculpa é sempre a mesma: crise”, denuncia Andrades Diehl Filho, da direção dos Bancários de Novo Hamburgo e Região. “O que vemos, contudo, é o aumento nos lucros dos bancos, sempre baseada em medidas abusivas e na redução do quadro de funcionários.” O sindicalista alerta, ainda, para a queda na qualidade do atendimento ao cliente.
Naturalmente, a sobrecarga gerada pelas demissões leva ao assédio moral e a cobranças abusivas, provocadas pelo estabelecimento de metas impossíveis de serem alcançadas. A agência do Bradesco ficou fechada até por volta de meio-dia, enquanto bancários conversavam com trabalhadores do banco e clientes, denunciando a situação precária.
Números assustam
Entre janeiro e março desse ano, o Bradesco cortou 1.466 postos de trabalho em todo o Brasil. No mesmo período, entretanto, o banco teve lucro líquido de R$ 4,1 bilhões. Em apenas um ano – março 2015 a março de 2016 -, foram 3.581 empregos a menos e 152 agências fechadas. O enxugamento não se justifica: somente com a receita de prestação de serviços e tarifas o banco cobre 137,1% das despesas com pessoal.
FOTO: Felipe de Oliveira/Bancários NH e Região