No primeiro trimestre de 2016, o banco Bradesco teve lucro líquido ajustado de R$ 4,113 bilhões, equivalente a uma redução de 3,8% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo fechando o início do ano com lucro, o banco manteve sua política de corte de postos de trabalho. Em apenas um ano, de março de 2015 a março de 2016, foram 3.581 empregos a menos no segundo maior banco privado do país. Somente de dezembro de 2015 a março deste ano, foram extintas 1.466 vagas de trabalho.
Também houve redução no número de agências. São 152 unidades a menos em março de 2016, na comparação com março de 2015.
De acordo com o coordenador do COE do Bradesco, Gheorge Vitti, o banco deve cumprir com sua responsabilidade social, que é a de contratar e não demitir. “O lucro do Bradesco é suficiente para que a instituição faça contratações necessárias, de forma que o cliente tenha um melhor atendimento e os bancários não sofram com a sobrecarga de trabalho”, destacou o dirigente.
Segundo Gheorge esta prática dos bancos de fazer mais com menos demonstra o descompromisso do setor mais lucrativo da economia brasileira. “É o segmento de serviços que mais demitiu do que contratou em todo o país. E nós sabemos que é possível fazer mais com mais”, contestou.
Despesas de pessoal
Os cortes se justificam menos ainda quando se leva em conta que apenas com a receita de prestação de serviços e tarifas o banco cobre 137,1% de suas despesas de pessoal. Essa relação é 1,1 p.p. maior que a do primeiro trimestre de 2015, quando era de 136%.
Previsão para devedores
A queda do lucro foi atribuída pelo banco em boa parte ao forte aumento, de 53,6% em um ano, das despesas com provisão para devedores duvidosos. O crescimento não foi proporcional ao índice de inadimplência superior a 90 dias, que encerrou março em 4,2%, apenas 0,6 ponto percentual acima dos 3,6% calculado em março de 2015.
Crédito
A carteira de crédito expandida, em março de 2016, atingiu R$ 463,208 bilhões, mantendo-se praticamente estável em relação ao saldo de março de 2015. O crédito às micro, pequenas e médias empresas apresentou retração de 10,2%, enquanto que as carteiras de grandes empresas (favorecida pela valorização cambial) e pessoa física expandiram 2,9% e 4%, respectivamente, no período.
FONTE: Contraf-CUT
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