8 de março. Dia da Mulher. Uma data que poderia ser de comemoração e homenagens. Mas, no país em que vivemos, ser mulher é um desafio diário. A violência contra a mulher, infelizmente, faz parte da cultura brasileira. Cultura esta que vê o machismo com bons olhos e o feminismo, que busca nada mais do que igualdade de tratamento, como algo absurdo. Das agressões verbais diárias ao assédio constante, de “piadinhas” de cunho sexual ao feminicídio, a vida da mulher parece ter menos valor para a grande maioria da população.
Nas agências bancárias, superiores, colegas e clientes homens parecem não compreender o significado das próprias falas. O que enxergam apenas como comentários ou brincadeiras é, na verdade, um comportamento desrespeitoso e inaceitável, e que não ocorre com os colegas homens. Do jeito de se vestir ao jeito de agir, todas as ações das mulheres bancárias estão constantemente sob olhares julgadores de todos ao redor.
Machismo: uma cultura de morte
Ao mesmo tempo que os homens não enxergam a gravidade de suas falas ao se dirigirem às mulheres, o desprezo pela vida da mulher ainda está profundamente enraizado em nosso sociedade.
Os casos de feminicídio nos primeiros 6 meses de 2021 (dados mais recentes) atingiram o maior patamar desde 2017, quando se iniciou a série histórica. O Fórum Brasileiro de Segurança Pública contabilizou 666 vítimas de feminicídio de janeiro a junho: 4 por dia. Apesar dos números, a realidade é ainda mais grave, tendo em vista que muitos estados registram os dados apenas como homicídios e não como feminicídio. O Rio Grande do Sul tem um dos maiores índices do país.