Ao mesmo tempo que as negociações dos bancários com a Fenaban andam a passo lento, graças a “Reforma Trabalhista”, o Banco Itaú obteve um Lucro Líquido Recorrente de R$ 12,801 bilhões no 1º semestre de 2018, crescimento de 3,7% em relação ao mesmo período de 2017. A rentabilidade (retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado – ROE) ficou em 22%, com aumento de 0,2 pontos percentuais em doze meses, segundo análise elaborada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. O desempenho no trimestre ocorreu em função da maior margem financeira com clientes e do maior ganho com prestação de serviços, além do menor custo do crédito. Esses efeitos positivos foram compensados por maiores despesas não decorrentes de juros e por menor margem financeira com o mercado, diz o relatório do banco.
A receita com prestação de serviços e tarifas bancárias do Itaú cresceu 8,9% em doze meses, totalizando R$ 18,8 bilhões. Já as despesas de pessoal subiram 5,1%, chegando a R$ 11,3 bilhões. Com isso, apenas com as receitas secundárias o banco conseguiu cobrir 166,27% das despesas que teve com os funcionários em junho de 2018.
Números mascarados
A holding encerrou junho de 2018 com 86.144 empregados no país, com abertura de 4.892 novos postos de trabalho em doze meses. Em número de agência, o saldo do período foi de oito agências físicas e seis agências digitais abertas (que somaram 160 unidades, em junho de 2018). Entretanto, ao se considerar que 71 agências físicas do Citibank foram incorporadas ao grupo, o saldo, de fato, é de 63 agências físicas fechadas em doze meses. A expansão do quadro de funcionários se deve, na verdade, a aquisição das operações de varejo do Citibank no Brasil (com 2.897 trabalhadores) e as contratações na rede de agências do Banco de Varejo, além da maior contratação na área de tecnologia visando acelerar o processo de transformação digital. Ou seja, o Banco Itaú não abriu nenhum novo posto de trabalho, pelo contrário: fechou. Mesmo com um lucro de quase 13 bilhões no primeiro trimestre, o Itaú não se preocupa com a vida dos trabalhadores brasileiros.