Lucro do Bradesco cresce 13% e soma R$ 9,4 bi no 1º semestre

27 de julho de 2017

O Bradesco obteve lucro líquido ajustado de R$ 9,352 bilhões no primeiro semestre de 2017. O resultado é 13% maior do que o obtido no mesmo período do ano passado, quando o banco lucrou R$ 8,274 bilhões. O retorno sobre o patrimônio líquido médio anualizado (ROE) ficou em 18,2%, com aumento de 0,8 p.p. em doze meses.

“O sistema financeiro no Brasil é altamente lucrativo. Basta analisar os balanços dos bancos para ver que, mesmo com crise econômica, os lucros sempre são, no mínimo, na ordem dos bilhões. É uma pena que para alcançar estas marcas eles arrochem seus funcionários e esfolem seus clientes com as altas taxas pelos serviços que, muitas vezes, são executados pelos próprios clientes”, criticou Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Ganha muito

O banco afirma em seu relatório, que um dos fatores que impulsionou seu lucro no período foi o aumento das receitas com prestação de serviços e tarifas cobradas dos clientes, que cresceu 16,9% em doze meses, totalizando R$ 11,7 bilhões. Além das tarifas por serviços, melhores desempenhos com operações de seguros, previdência e capitalização contribuíram para o crescimento do lucro do banco.

Segundo o banco, o lucro só não foi maior porque houve aumento de despesas com pessoal, menor resultado com a margem financeira e leve aumento da despesa com provisão para devedores duvidosos, as chamadas PDDs.

As despesas de pessoal subiram 29,2%, em função da entrada dos funcionários oriundos do HSBC, adquirido no segundo semestre de 2016, atingindo R$ 9,4 bilhões. Mas, mesmo com o crescimento das despesas com pessoal, em março de 2017, o banco conseguia cobrir tais despesas apenas com as receitas secundárias e ainda sobrava recursos. A arrecadação com receitas secundária, no período, 23,7% maior do que as despesas com pessoal.

“O banco diz que aumentou a despesa com pessoal. O dito ‘aumento de despesa’ se deve à incorporação do pessoal do HSBC e o pagamento da primeira parcela do 13º salário. Na verdade, o que o banco mais tem feito é reduzir as despesas com pessoal por meio de demissão de funcionários”, explicou Gheorge Vitti, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Bradesco.

Segundo análise feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a holding encerrou o 1º semestre de 2017 com 105.143 empregados, com alta de 15.719 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado. O crescimento, no entanto, é influenciado pela incorporação dos funcionários do antigo HSBC. Porém, após essa aquisição, em setembro de 2016, o quadro de pessoal já sofreu uma redução de 4.779 postos. Quadro esse que deverá ser mais afetado quando se mostrarem os resultados da adesão ao Plano de Desligamento Voluntário Especial (PDVE) que o banco abriu agora em julho e que deve ser encerrado em 31 de agosto.

“O número de clientes, principalmente com a aquisição do HSBC, cresceu muito. O de funcionários só reduz. O que significa que aumentou a carga de trabalho dos bancários. Ou seja, o lucro dos bancos aumenta proporcionalmente ao aumento da exploração do trabalho dos bancários”, disse o coordenador da COE do Bradesco.

Acesse a íntegra da análise do Dieese para mais detalhes da análise sobre o balanço semestral do Bradesco.

FONTE: Contraf-CUT

FOTO: reprodução / Contraf-CUT

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