Valdete Souto Severo participou de seminário no Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região ao lado dos advogados Álvaro Klein e Milton Fagundes.
Ainda há esperança. É a mensagem com a qual saíram os trabalhadores e trabalhadoras que foram ao Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região na última quinta-feira, dia 31, para ouvir especialistas avaliando os impactos da nefasta Reforma Trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional em julho.
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Sob o tema “Entenda o desmonte dos direitos trabalhistas”, o evento que teve apoio da entidade sindical é uma promoção dos gabinetes dos deputados estadual Tarcísio Zimmermann e federal Elvino Bohn Gass, ambos do PT, presentes no debate. Os painelistas foram a juíza do trabalho Valdete Souto Severo e os advogados especialistas em direito do trabalho Álvaro Klein e Milton Fagundes.
Para Valdete Severo, juíza do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, é possível enfrentar a perda de direitos trabalhistas não só a partir da mobilização nas ruas, mas também por meio do recurso ao próprio direito. Ela é doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora do Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital (USP) e da Rede Nacional de Pesquisa e Estudos em Direito do Trabalho e Previdência Social (RENAPEDTS), além de professora, coordenadora e diretora da Fundação Escola da Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul (FEMARGS).
“A tentativa de desconfigurar o Direito do Trabalho pela inserção de regras na CLT encontra limite no próprio texto celetista”, explica a juíza. “Normas como a do artigo 9, 765, 794, entre outras, assim como em todos os demais textos constitucionais e legais que estabelecem os limites da exploração do trabalho pelo capital, precisarão ser observadas.”
Contrainformação
A atividade é parte de uma agenda de debates promovidos pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região sobre as consequências dos ataques que os trabalhadores têm sofrido desde o golpe midiático-civil-parlamentar que sofreu a presidente Dilma Rousseff (PT) há pouco mais de um ano.
“Precisamos entender do que estamos falando para levar contrainformação aos trabalhadores; reagir ao enquadramento sempre favorável às elites que faz a mídia convencional”, justifica Everson Gross, coordenador da Secretaria de Organização Política e Sindical da entidade. “Nosso desafio agora é romper a barreira dos sindicatos e envolver os trabalhadores de base nesses debates.”
FOTOS: Ivan Müller/Versão Final Comunicação