Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal seguem com lucros elevados, mas demitem e fecham agências.
Em plena crise econômica os cinco maiores bancos brasileiros (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) somados apresentaram, no primeiro semestre de 2016, o lucro líquido de R$ 29,7 bilhões. Mesmo apresentando lucros expressivos, os cinco bancos fecharam mais de 13.600 postos de trabalho em relação ao mesmo período de 2015 e, juntos, fecharam 422 agências bancárias.
Em média, no período analisado, as receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias aumentaram 8,7%, somando R$ 55,0 bilhões. É o que revelam os dados sobre o desempenho destes bancos, levantamento feito pelo Dieese.
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Confira a análise completa feita pelo Dieese
O total de ativos das cinco maiores instituições bancárias do país (Bradesco, Itaú Unibanco, Santander1, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) totalizou, em 30 de junho de 2016, R$ 5,8 trilhões, com evolução de 9,1%, em média, em relação ao mesmo período de 2015. O patrimônio líquido (PL), capital próprio dessas instituições, cresceu 4,6%, atingindo, aproximadamente, R$ 412,6 bilhões no período.
Segundo Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT, a sociedade brasileira precisa olhar com muito cuidado estes números. Lucro de bilhões, fechamento de milhares de postos de trabalho, fechamento de centenas de agências, aumento das receitas com tarifas e prestação de serviços bancários. Crescimento de seus ativos e crescimento do patrimônio líquido dos bancos.
“Precisa comparar tudo isso com a Campanha Nacional dos Bancários. Estes trabalhadores tiveram os seus salários reduzidos pela inflação em 9,62% no período em que os bancos tiveram estes lucros e avanços. Os bancos querem corrigir os salários de seus empregados em 7% apenas. Querem causar uma redução dos salários em 2,39%. Os trabalhadores, em protesto, entraram em greve. Quem são os culpados pela greve?, questiona.
Muito lucro com menos emprego
O Bradesco foi o banco que fechou mais postos de trabalho. Foram eliminados 4.478 postos, que representam 4,8% do quadro funcional em junho de 2015.
O Itaú Unibanco, que vem diminuindo seu quadro de funcionários desde março de 2011, eliminou 2.815 postos de trabalho no período. Já o Santander, que no ano anterior aumentou o total de trabalhadores, fechou 1.368 postos no 1º semestre, sendo 1.268, apenas entre março e junho de 2016.
A Caixa fechou 2.235 postos, revertendo uma tendência verificada desde 2004. No Banco do Brasil foram eliminados 2.710 postos de trabalho. Nos dois bancos federais a redução de postos de trabalhos decorreu da implementação, em 2015, de planos de aposentadoria incentivada.