A greve dos bancários completa três semanas. São 21 dias de mobilização em todo o Brasil. E a pergunta que não quer calar: cadê os banqueiros?
Diante do silêncio, da pergunta sem resposta, o Comando Nacional dos Bancários reúne-se nesta segunda-feira, dia 26, para avaliar a paralisação, bem como a estratégia de continuidade do movimento. A Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) já recebeu carta reiterando a disposição para negociar. Intransigente, não responde.
“Avisamos a Fenaban da nossa reunião e informamos que continuamos dispostos a negociar”, afirma Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo e uma das coordenadoras do Comando. “A forma de resolver a greve é os bancos retomarem a negociação.”
A categoria quer aumento digno para salários e PLR, valorização dos vales e do auxílio-creche, melhores condições de trabalho, mecanismos de proteção aos empregos. As instituições que compõem a mesa de negociação da Fenaban – Itaú, Bradesco, Santander, BB e Caixa – lucraram quase R$ 30 bi nos seis primeiros meses deste ano. Mesmo ganhando tanto, o setor extinguiu mais de 9 mil postos de trabalho de janeiro a agosto de 2016.
“Passou da hora de os bancos atenderem às justas reivindicações dos trabalhadores e eles podem. Só assim a greve será resolvida”, ressalta Juvandia. “Os preços dos alimentos consumidos em casa aumentaram 17%, enquanto a inflação chegou a 9,62% (INPC entre 1º de setembro de 2015 e 31 de agosto deste ano).” A dirigente avança na crítica: “O VA não é mais suficiente para a compra do supermercado, assim como o VR, já que no final do mês o bancário precisa tirar dinheiro do próprio bolso para almoçar. São aumentos que oneram o trabalhador. Os bancos podem pagar reajuste maior para esses itens”.
Informações de Bancários SP
FOTO: reprodução/Bancários SP