Audiência pública regional em Taquara reforça defesa do Banrisul Público

3 de julho de 2017

Mais de 100 pessoas participaram, na noite da quarta-feira, 28/6, da audiência pública regional da Frente Parlamentar em Defesa do Banrisul Público, realizada no plenário da Câmara Municipal de Taquara. O evento fortaleceu a preservação do banco estatal dos gaúchos e reforçou a luta contra o desmonte do Estado e a retomada das privatizações pelo governo Sartori (PMDB). Representando o Sindicato dos Bancários e Financiários de Novo Hamburgo e Região, estiveram presentes os diretores Marcos Dirceu Bugs e Marilane Mônica de Souza e o delegado sindical Luis Edinaldo.

Edinaldo integrou a mesa dos trabalhos, junto aos deputados Tarcísio Zimmermann, Mirian Marroni e Adão Villaverde, todos do PT, o vereador Guido Prass Filho (PP), a vereadora Professora Mônica (PT), o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Augusto Rocha, o secretário de Comunicação da CUT-RS, Ademir Wiederkehr e a coordenadora-geral do Sindicato dos Bancários do Vale do Paranhana, Ana Maria Furkim.

O encontro contou com a presença de dezenas de funcionários do Banrisul, todos usando a camiseta da campanha “Se vender não tem mais volta”, dirigentes sindicais da CUT e de várias categorias, como bancários, metalúrgicos, sapateiros e trabalhadores da Corsan e CEEE.

Banrisul não expulsa clientes de baixa renda

Rocha fez uma apresentação, expondo alguns números sobre o desempenho do banco, mostrando que “98% do PIB gaúcho passa pelo Banrisul”, que possui 536 agências, 1.237 pontos de atendimento e 11.214 empregados.

“Em 2016, o banco lucrou R$ 643,5 milhões e no primeiro trimestre deste ano, R$ 128,5 milhões”, ressaltou o dirigente sindical.

O diretor da Fetrafi-RS salientou que “49% dos correntistas têm renda até um salário mínimo e 38% ganham de um a três salários mínimos”. Nenhum banco privado atende esses segmentos, mas sim os empurra para lotéricas e correspondentes bancários.

Sartori quer privatizar por ideologia

Zimmermann, que coordenou o encontro, disse que o “o governo Sartori quer privatizar por ideologia”. O deputado defendeu também a Corsan, lembrou a crise do saneamento de Uruguaiana, que foi privatizada, e frisou que a venda de empresas pública está hoje na contramão da história, destacando que cidades como Paris e Berlim estão reestatizando o saneamento.

Ele chamou a atenção para o fato de que entre 2007 e 2016 o Banrisul repassou R$ 2,8 bilhões aos cofres do Estado. Tarcísio destacou que Sartori deveria trabalhar para ressarcir as perdas do Estado com a Lei Kandir.

Plebiscito virou sinônimo de privatização

Villaverde ressaltou que o Banrisul tem um papel fundamental para o desenvolvimento social e econômico do RS, principalmente em momentos de crise. O deputado criticou o governo Sartori, dizendo que “não tem projeto de desenvolvimento” e que “não se pode renunciar aos papéis estratégicos do Estado”.

Também denunciou o oportunismo do governo, “que passou um ano tentando acabar com o plebiscito” para vender a CEEE, Sulgás e CRM e agora quer fazer a consulta à população. “O plebiscito virou sinônimo de privatização, o que não podemos aceitar”, enfatizou Villaverde.

Agenda de retrocessos exige resistência

Mirian observou que o desmonte “não é um projeto isolado no Rio Grande do Sul”. Para a deputada, “a ação do Sartori faz parte do processo de desnacionalização, porém o Estado tem o dever de atender a população”.

O vereador Guido apontou que “o Banrisul é um orgulho do Rio Grande” e que não motivo para privatizá-lo. A vereadora Mônica citou dados do Banrisul, alertou que “a grande pauta do governo é a retomada das privatizações” e que “a agende de retrocessos exige resistência e defesa das políticas públicas”.

67.6% dos gaúchos são contra privatizações

Ademir destacou a atuação da CUT-RS, citando a Frente em Defesa das Estatais, que tem organizado importantes lutas pela manutenção de empresas públicas. Ele citou a recente pesquisa do Ipesa, encomendada pela CUT-RS, apontando que 67.6% dos gaúchos entrevistados são contra a privatização da CEEE, Sulgás, CRM, Banrisul, Corsan, BB, Caixa e Petrobrás.

O diretor da CUT-RS apontou que o Banrisul leva atendimento a todos os gaúchos e ainda é lucrativo, repassando dinheiro para pagar servidores estaduais e investir em saúde, educação e segurança. Ele chamou os trabalhadores a participar da greve geral nesta sexta-feira (30) contra as reformas da Previdência e Trabalhista e tomar as ruas para exigir Fora Temer e Diretas Já.

Mobilização em defesa do Banrisul

Luis Edinaldo destacou a importância dos bancos públicos para o desenvolvimento do Estado e do País, e a necessidade de mobilizar a sociedade. Ana Betim mandou um duro recado ao governo Sartori. “Aqui tem gente disposta a sonhar e a lutar. Não vamos entregar o patrimônio público”, enfatizou.

Ao final, a diretora do Sindicato do Vale do Paranhana fez a entrega aos deputados das seis moções aprovadas pelos vereadores de Taquara, Nova Hartz, Parobé, Igrejinha, São Francisco de Paula e Rolante, após defesa feita pelos dirigentes sindicais na na tribuna das câmara municipais.

FONTE: CUT-RS

FOTO: reprodução / CUT-RS

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