“Mobilização por Fora Temer e ‘Diretas Já!’ deve ser intensificada”, diz especialista

12 de junho de 2017

“É inadmissível que um país como Brasil tenha um criminoso na presidência”, diz Fornazieri sobre decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

TSE_Dilma-Temer

José Eduardo Bernardes Brasil de Fato

Após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última sexta-feira (9), pela não cassação da chapa que disputou a presidência em 2014, encabeçada por Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), o cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp) Aldo Fornazieri afirmou que “a mobilização pelo Fora Temer e pelas Diretas Já! deve ser intensificada”.

“Temer foi flagrado cometendo crimes. É inadmissível que um país como o Brasil tenha um criminoso na presidência da República e, junto com ele, uma quadrilha governando o país”, apontou  Fornazieri.

Segundo o professor, “Temer tem que ser tirado pela pressão das ruas”. “Ele tem que ser levado a uma renúncia, tem que ser derrubado. As ruas têm que impor a saída do Temer do Palácio do Planalto”, completa.

Na sessão, que só foi encerrada por volta das 21h, quatro ministros (Napoleão Nunes Maia, Admar Gonzaga, Tarcisio Neto e Gilmar Mendes) foram contrários à cassação, enquanto apenas três (Herman Benjamin, Rosa Weber e Luiz Fux) se mostraram favoráveis à impugnação da chapa.

O voto de desempate veio do ministro Gilmar Mendes. “Vamos interpretar a Constituição dentro da realidade institucional. Claro que não devemos nos colocar como avestruzes. Claro que não devemos esquecer a realidade. Mas nós temos que interpretar a Constituição à luz da realidade institucional. Um mandato outorgado pelo povo é de que se cuida”, afirmou Mendes ao proferir sua posição.

“[Essa votação] é um jogo de cartas marcadas à rigor. Temos um juiz presidindo a Corte do Tribunal Superior Eleitoral que é um assessor do Temer e é um estafeta do Aécio Neves, quer dizer, não pode dar certo”, disse Fornazieri, em referência a Gilmar Mendes.

O movimento favorável à saída de Temer da presidência da República tem crescido no país e diversos protestos têm sido realizados pedindo a realização de eleições diretas. Para que isso aconteça, no entanto, é necessário que ou Temer renuncie ao cargo ou um dos processos de impeachment que tramitam na Câmara dos Deputados seja aceito. O professor, no entanto, não vê essa possibilidade: “com esse Congresso, acho difícil que o impeachment seja votado. Na sua maioria esse Congresso está mancomunado com o Temer”, diz.

Votação

A votação para decidir pela cassação ou não da chapa Dilma-Temer teve quatro sessões e uma série de troca de farpas entre os ministros. O ambiente de animosidade teve frases irônicas e lembrança, por parte dos ministros, de que são amigos há muito tempo, assim como elogios de conduta e conhecimento jurídico entre uns e outros, o que não reduziu a tensão dos embates.

Em uma das sessões, o presidente do Tribunal, Gilmar Mendes, chegou a afirmar que o TSE cassava menos políticos na época da ditadura militar do que no período democrático.

O relator do do processo, ministro Herman Benjamin, respondeu afirmando que “a ditadura cassava e caça quem defendia a democracia. Hoje, o TSE cassa quem ataca a democracia”.

Dilma Rousseff

A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff concedeu uma entrevista após a votação comemorando o resultado. “Este julgamento reforça que o que houve no Parlamento foi um golpe contra a Constituição”, afirmou Flávio Caetano.

PMDB

Em nota, o PMDB, partido do presidente golpista, Michel Temer, afirmou que “o resultado do julgamento do TSE reafirma mais do que nunca a necessidade de união dos que querem fazer o Brasil avançar. O foco agora é aprovar as reformas estruturais e restaurar a segurança jurídica e a atratividade dos investimentos”.

EDIÇÃO: Vanessa Martina Silva

FOTO: José Cruz/Agência Brasil

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