Greve cresce no oitavo dia contra o silêncio intransigente dos banqueiros

14 de outubro de 2015

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A greve dos bancários continuou forte nesta terça-feira (13) depois do feriado prolongado. No oitavo dia da greve nacional, que atinge 26 estados e o Distrito Federal, 11.437 agências paralisaram, um percentual de 83% maior que no primeiro dia. Segundo Roberto von der Osten, a ampla adesão dos bancários ao movimento, desde o último dia 6, deve-se à falta de sensibilidade dos banqueiros, que mudaram a fórmula do reajuste, que vem sendo colocada em prática nos últimos anos, que é de reposição integral da inflação mais ganho real. “Insistem no erro, em uma proposta que trará arrocho aos salários e benefícios, isso os bancários não aceitam, por isso a mobilização cresce. E só cessará diante da apresentação de uma proposta que respeite a categoria, que contribui cotidianamente com seu trabalho para os excelentes resultados que os bancos vêm apresentando”, destaca.

Até o momento os banqueiros não se dispuseram a retomar as negociações: “Este silêncio denota falta de respeito para com os trabalhadores, faz aumentar o sentimento de indignação. Enquanto os banqueiros continuarem intransigentes, a greve continua” afirma.

Nenhum contato foi feito pela Fenaban desde o início da greve. O Comando Nacional dos Bancários se reúne nesta quarta-feira 14, na sede da Contraf-CUT, em São Paulo, para avaliar a Campanha e definir os próximos passos do movimento.

Os bancários têm aumentado a participação no movimento grevista deixando claro para os banqueiros o lema da Campanha Nacional 2015: Exploração não tem perdão. No primeiro dia foram 6.251 agências paralisadas e a greve vem aumentando dia a dia: para 8.763, 10.369 e saltando 10.818, na última sexta-feira e 11.437 nesta terça-feira (13).

Confira as reivindicações dos bancários:

  • Reajuste salarial de 16%. (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real)
  • PLR: 3 salários mais R$7.246,82
  • Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último). Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
  • Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.
  • Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.
  • Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
    Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
  • Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.
  • Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Proposta dos bancos rejeitada pelos bancários:

  • Reajuste de 5,5% (representa perda de 4% para os bancários em relação à inflação de 9,88%).
  • Piso portaria após 90 dias – R$ 1.321,26.
  • Piso escritório após 90 dias – R$ 1.895,25.
  • Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.560,23 (salário mais gratificação, mais outras verbas de caixa).
  • PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.939,08, limitado a R$ 10.402,22. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 22.884,87.
  • PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.878,16.
    Antecipação da PLR
  • Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva. Pagamento final até 01/03/2016.
  • Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.163,44, limitado a R$ 6.241,33 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
  • Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2015, limitado a R$ 1.939,08.
  • Auxílio-refeição – R$ 27,43.
  • Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 454,87.
  • Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 378,56.
  • Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 323,84.
  • Gratificação de compensador de cheques – R$ 147,11.
  • Requalificação profissional – R$ 1.294,49.
  • Auxílio-funeral – R$ 868,58.
  • Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 129.522,56
  • Ajuda deslocamento noturno – R$ 90,67.

FONTE: Contraf-CUT

FOTO: reprodução / Contraf-CUT

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