No primeiro semestre de 2016 o lucro líquido do Banco do Brasil foi de R$ 4,824 bilhões, o que significou uma expressiva queda de 45,3% em relação ao mesmo período de 2015. Mas, segundo o próprio banco, o resultado decorreu, principalmente, da provisão relacionada ao caso específico do segmento empresarial de óleo e gás.
O lucro líquido ajustado, que exclui resultados extraordinários, alcançou R$ 3,087 bilhões, tendo queda também expressiva de 49,1%. Análise feita pelo Dieese também ressalta que o patrimônio líquido ajustado totalizou R$ 83,4 bilhões, com alta de 15,1% no período. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio foi de 10,4%, com queda de 10,5 pontos percentuais em doze meses.
Para Wagner Nascimento, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, o esforço dos trabalhadores mais uma vez produziu um grande lucro para o banco.
“Esperamos que este esforço seja reconhecido com o atendimento das reivindicações da pauta dos funcionários e com uma melhor distribuição de PLR. Infelizmente, a redução do quadro é cada vez mais preocupante, uma vez que tem piorado as condições de trabalho e o atendimento aos clientes fica prejudicado”, afirma.
Corte de empregos
O banco seguiu reduzindo postos de trabalho, conforme evidenciado pelo balanço da instituição. Foram registrados 109.615 trabalhadores em junho de 2016, totalizando 2.710 a menos que em junho de 2015.
Quanto à rede de atendimento, o banco somou 5.428 agências em junho de 2016, 116 a menos que no mesmo mês em 2015. A Rede Mais BB (correspondentes bancários e Banco Postal) somou 14.110 unidades, sendo 464 unidades a menos, em 12 meses. Mas o banco ampliou em 1,152 milhão o número de clientes no mesmo período, somando 64,2 milhões de correntistas.
Carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada totalizou R$ 767,8 bilhões, com queda de 1,3% em 12 meses, e de 3,1% no trimestre. A carteira pessoa física somou R$ 197 bilhões, com crescimento de 5,7% em 12 meses. O segmento de pessoas jurídica totalizou R$ 333,9 bilhões, com queda de 5,5%, já a carteira de agronegócio teve alta de 9,6%, com resultado de R$ 184,5 bilhões.
Inadimplência
O índice de inadimplência foi de 3,27% em junho de 2016 e registrou alta de 1,4 ponto percentual em 12 meses, sob impacto do segmento de óleo e gás. Com esse resultado, a inadimplência no banco ficou bem próxima à média do Sistema Financeiro Nacional no período, que foi de 3,50%. As despesas com provisões somaram R$ 14,2 bilhões, com alta de 30,4% em 12 meses.
Receita X Pessoal
Entre os resultados do banco destacam-se as receitas de R$ 23,8 bilhões com Títulos e Valores Mobiliários (TVM), que tiveram queda de 16,3% em 12 meses. As receitas com serviços e tarifas totalizaram R$ 11,6 bilhões com elevação de 7,6%, enquanto as despesas com pessoal (inclusive PLR) somaram R$ 11,1 bilhões, com alta de 1,6%, o que resultou num índice de cobertura de 104,3% em junho de 2016.
FONTE: Contraf-CUT com Dieese
FOTO: reprodução / Contraf-CUT