Os bancos resolveram que a greve deveria ser atacada com truculência, pressão sobre funcionários para irem trabalhar e até com a Brigada Militar. A via da falta de diálogo por parte dos representantes dos banqueiros na Fenaban tem caracterizado a greve. Mesmo assim, em seu 17º dia, a greve nacional voltou a crescer. No Rio Grande do Sul, 1.007 agências estão em greve. Em todo o Brasil, 13.159 agências foram fechadas.
Diante do crescimento da greve, o Comando Nacional dos Bancários decidiu se reunir na próxima segunda-feira, 26/9, em São Paulo, na sede da Contraf-CUT, a partir das 14h. Os dirigentes sindicais vão avaliar as paralisações e mobilizações da maior greve da história da categoria e definir os próximos passos a serem seguidos.
A pauta de reivindicações foi entregue aos bancos no dia 9 de agosto, mas a Fenaban não apresentou proposta decente, que contemple as reivindicações dos trabalhadores. Já foram oito rodadas de negociação sem sucesso. Mesmo após recordes diários de agências e locais de trabalho paralisados, os bancos insistem em se manter em silêncio, diante das demandas dos bancários, preferindo o uso de práticas antissindicais para tentar desestruturar o movimento grevista.
Na área de abrangência do SindBancários, o dia foi de se integrar à agenda do Dia Nacional de Lutas e Paralisações, chamado pelas Centrais Sindicais. Além do Dia Nacional de Lutas, que teve caminhadas pela cidade, e manifestação em frente ao Palácio Piratini, os bancários atuaram no sentido de resistir aos ataques dos bancos à greve e ampliando a mobilização, com conversas de convencimento de colegas que ainda não participaram do movimento.
O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, exaltou a participação dos bancários, o crescimento da greve e a falta de diálogo dos bancos. “Se a problemas nas agências, com filas excessivas e com as pessoas enfrentando dificuldades para realizar operações bancárias, a culpa é dos bancos. Estamos dispostos a dialogar, conversar na mesa de negociação. Mas não podemos aceitar uma proposta que não corrija nem a inflação do período”, explicou Gimenis.
A última proposta da Fenaban foi de reajuste de 7% no piso e verbas salariais (vales e auxílios) e abono de R$ 3.300,00. Os bancários rejeitaram esta proposta na mesa de 12/9. Depois disso, não houve mais nenhuma sinalização de disposição para negociar por parte da Fenbaban. “A tática dos bancos este ano é acabar com a cultura de aumentos reais que conquistamos com 13 greves consecutivas desde 2003. Por isso eles estão apostando no enfraquecimento da greve. A aposta deles está dando errado, porque a greve cresce todos os dias”, acrescentou Gimenis.
FONTE: Seeb Porto Alegre
FOTO: reprodução / Contraf-CUT