Itaú diz que 2016 será um ano difícil e bancários cobram compromisso do banco com emprego

18 de dezembro de 2015

O emprego foi a pauta principal da reunião entre a Contraf-CUT, federações e sindicatos e o Itaú, nesta quarta-feira (16), na sede da Confederação, em São Paulo. Conforme solicitado pelos representantes dos trabalhadores, durante o último encontro, no dia 26 de novembro, o banco apresentou os números de desligamentos. De 1 de janeiro de 2015 a 8 de dezembro de 2015, fechamento da folha, foram 8529 desligamentos no total. Na base da Contraf-CUT, foram 5344 desligamentos.

O banco alega que o número geral não está diferente da média do ano passado, quando 9049 trabalhadores foram desligados. Mas, os dirigentes de várias partes do País que participaram da reunião demostraram que em alguns casos os números são maiores do que os apresentados pelo banco. Em Curitiba e região, por exemplo, o banco conta 222 desligamentos. Porém, os dirigentes sindicais apresentaram 270 demissões.

“Vamos analisar as informações que o banco trouxe com as que nossos dirigentes passam. Temos recebido muitas denúncias sobre demissões e se este processo continuar faremos uma campanha nacional de mobilização contra o Itaú”, afirmou Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

O Itaú informou que, em 2015, 142 agências foram encerradas e 35 foram inauguradas. Neste processo, 1045 trabalhadores foram envolvidos. Deste total, 87% foram realocados. Com isso, os dirigentes sindicais reivindicam também a manutenção da Central de Realocação, que indica funcionários que podem ser demitidos para outra função dentro do banco.

“Este alto número de fechamento de agências se dá, principalmente, por o banco priorizar as agências digitais”, lembrou Jair. O banco reforçou que tem esse projeto de aposta nas agências digitais, pois é uma tendência de mercado. Mas, que julga importante o diálogo com os trabalhadores.

O Itaú insistiu também na postura pessimista em relação a crise. Porém, os bancários frisaram os altos lucros do banco, que nos nove primeiros meses de 2015, teve lucro líquido recorrente de R$ 18,059 bilhões, alta de 20,7% em relação ao mesmo período de 2014. “ Esses números mostram como as demissões não tem justificativa”, completou Jair.

O novo modelo de convenio médico foi outro assunto da pauta da reunião. O banco informou que desde 1 de dezembro de 2015 os novos contratados têm um novo modelo de convênio, nos moldes da ANS, com uma tabela que segue a faixa etária de cada dependente individualmente.

“É uma notícia ruim para os trabalhadores, porque tem dois tipos de convênios médicos na empresa. Nós somos contra o novo modelo, defendemos o modelo famíliar, que agrega a todos”, explicou o Coordenador do COE.

A boa notícia do encontro ficou por conta do Agir (programa de remuneração variável). O banco aceitou o pedido dos trabalhadores de não computar o período de greve. “Os dias parados não serão computados no fechamento das metas. O banco também está contando 11 meses e não 12. Assim, desconta as férias dos bancários”, comemorou Mauri Sérgio Martins de Souza, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT.

Ficou decidido ainda que a cada três meses vão ser feitas reuniões entre a Contraf-CUT e o banco para discutir o emprego.

FONTE: Contraf-CUT

FOTO: reprodução / Contraf-CUT

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